TRAGÉDA NO EGITO MATA SETENTA E QUATRO E DEIXA MAIS DE MIL FERIDOS

Mais uma vez, contra a minha vontade, eu vou iniciar um artigo com a palavra: TRAGÉDIA. Sim, mais uma tragédia no futebol mundial. Desta vez foi no Egito e, infelizmente, setenta e quatro (74) perderam a vida por causa de algo tão comum como o futebol, eu particularmente acho que é injusto uma pessoa morrer e deixar pessoas queridas em vida pelo futebol. Algumas pessoas, que, me conhecem podem achar, no mínimo, contraditório essa minha declaração, pois, sou apaixonado por futebol, porém, minha vida e de qualquer outra pessoa está a frente.

Falando especificamente da tragédia egípcia: tudo aconteceu em uma partida entre Al Masry  e Al Ahly , a maior rivalidade do futebol egípcio. Nesse clássico, é costumeiro a vitória do Al Ahly, porém, desta vez o Masry resolveu aprontar e venceu o jogo que, alias, era em Port Said, casa do Al Masry. Tudo certo torcida vencedora em casa e feliz, certo? ERRADO.

Após o término do jogo ambas as torcidas invadiram o campo e... pronto o circo estava armado. Policias arregrados que, na sua grande maioria, apenas olhava. Torcedores perseguiam comissão técnica e jogadores, dos dois times. A equipe do Al Ahly se escondeu no vestiário.

O pior de tudo é que há grande probabilidade de esse absurdo não ter, sequer, nada a ver com futebol. Por que? Bom, como muitos sabem o ditador que estava no poder egípcio há vinte anos foi ‘’deposto’’ em Fevereiro de dois mil e onze (2011), durante a chamada... ‘’Primavera Árabe’’. Pois bem, desde então uma junta militar comanda o país, e, essa junta prometeu eleições diretas, que é o desejo da população, porém, isso ainda não aconteceu e, cogita-se que essa tragédia tenha a ver com isso. Bem, essa hipótese é possível, pois, os chamados Barra-Bravas (torcedores radicais) participaram vivamente da ‘’Primavera Árabe’’, inclusive, torcedores do Al Ahly.

O globoesporte.com conversou com o ex-treinador do Santos Cabralzinho e ele disse que os egípcios são vingativos e revanchistas e, que pode realmente ter sido uma briga futebolística.

Alias, o que mais existe neste caso são hipóteses, aqui vai algumas delas: pode ter sido um movimento pró-Mubarak de alguns que não queriam ou se arrependeram de queda de Hosni Mubarak. Pode ter sido uma simples, mas mortífera, briga futebolística. Quem sabe se não foi um meio de chamar a atenção do governo para o desejo das eleições diretas. Ou talvez um protesto dos militares que foram omissos e coniventes com a briga, digo isso, pois, existem relatos de que os militares ficaram ‘’diferentes’’ desde a saída de Mubarak.

Enfim, teorias não faltam.

 Alias, os policiais alegaram que não agiram devido ao medo que tiveram dos manifestantes. Ok, quinhentos contra cinco mil é injusto, mas, já que eles tiveram medo que corressem, porém, eles foram coniventes, e, ficaram parados olhando.

O que consta é que foi uma tragédia de uma tamanho descomunal e, seja pelo motivo que for é inexplicável.

O pior é que na minha opinião nada será feito. Isso porque setenta e quatro mortes para os Árabes  não é nada já que eles estão acostumados a acontecimentos com muito mais falecimentos.

Setenta e quatro mortes e mais de mil feridos, pois é, mas, quantos foram presos? Cerca de cinquenta. Eu não acho que cinquenta pessoas ferem mais de mil e matam setenta e quatro. Estranho não? Alias, o número de mortes ainda pode aumentar devido à esses feridos que, infelizmente, não tem garantia de vida.

Espero o melhor para os egípcios e que eles sejam, enfim, felizes.

Ah... além disso quero deixar aqui os meus pêsames e, como o governo egípcio declarar LUTO de três dias, pelas mortes dos inocentes que só queriam ver o time do coração.

Pabllo Cezar (O INFORMANTE)