11.10.2011, véspera de feriado de dia das crianças, tive um problema e fui obrigado à ir a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), pois é, advinha no que deu?
DEU EM TEXTO. E o texto caiu bem para o correiodoinformante.
HISTORIA BIZARRA
Cheguei na UPA era mais ou menos, 19:20, fui fazer o procedimento de praxe, preencher fichas e Etc. depois é esperar, por sorte esperei pouco, cerca de 15 minutos, mas aí veio o primeiro susto, um homem de mais ou menos 1,85m, magro, moreno e mal educado. O cara devia ter uns 45 anos de idade e era o porteiro da sala de espera da enfermaria. A pessoa que estava comigo e que iria consultar era menor de idade e estava muito mal (visivelmente), ou seja, precisaria de acompanhamento adulto, no entanto, o mesmo não foi permitido. A explicação?
Segundo o porteiro, os pacientes que seriam avaliados pelos enfermeiros (esses são avaliados de: Não tão grave; grave e muito grave) não precisam de acompanhantes, mesmo, sendo menores. Depois de alguma discussão, resolvi deixar, mas, não deixei de observar uma placa na porta da enfermaria, a placa dizia: cada paciente só tem direito a um acompanhante. Mas, não especificava idade nem nada parecido. Não posso deixar de citar o argumento do porteiro: ‘’eu só cumpro ordens’’, dizia. Sim é verdade, ele só cumpre ordens e qualquer uma que seja desobedecida pode acarretar demissão, mas, mesmo assim, ordens podem ser revistas.
Uma das coisas que mais me indignam em UPAS são as entradas de pacientes muitas vezes assustadoras, e enquanto eu esperava fui forçado a ver essas entradas, já, que não havia outra forma. Quando a pessoa que eu esperava saiu vi que eu teria que ficar por horas e horas. O caso da ‘’minha’’ paciente era: não tão grave, ou seja, ‘’pode esperar’’, (pelo menos na opinião deles).
Esperando e vendo inúmeros pacientes (um pior que outro, e todos esperando) apareceu uma mulher. Essa mulher era baixa, ruiva, devia ter de 35 à 45 anos e segurava a mão de uma menina de uns 4 ou 5 anos. A mulher gritava, gritava muito, e desferia palavrões e fortes golpes verbais à instituição. Parecia que a revolta era a demora no atendimento. A mulher saiu, brava, todos acharam que ela iria embora, mas, não, ela voltou e continuou a gritar dentro do hospital: ‘’......... A menina sofreu um acidente e não é atendida, não é passada na frente de ninguém, o que é isso?........’’ no final ela teve que se retirar, mas, ficou gritando do lado de fora por um bom tempo, e, em meio aos gritos falou com a pessoa ao meu lado ‘’não é moço?’’.
De repente o meu maior susto. Chegaram duas viaturas da Policia Militar, quatro policiais desceram de um dos veículos, do outro saíram três e um ficou no carro. Os soldados retiraram de um Chevrolet Blazer um homem, aparentemente baleado, pela forma como foi retirado do veiculo, presumiu-se que fosse o “bandido”. O que mais me indignou foi o número de soldados, em mais ou menos 1:30h (uma hora e meia) passaram pela UPA uns 35 ou 40 policiais, pra vigiar um homem. Imagino, que por mais perigoso que seja (o que eu não acredito nesse caso) 5(cinco) homens deveriam dar conta. Detalhe: num momento um dos policiais pediram uma pizza, sim, uma pizza para ser entregue na UPA para policiais que ‘’trabalhavam’’.
OPINIÃO
Começando pelo porteiro: que tem parte da razão, pois, realmente é verdade que ele não tem muita culpa, afinal ele é só uma célula num órgão maior, e é ai que eu quero chegar. O que tem que ser mudado é esse órgão maior, ou seja, o governo, que é falho, e sabe por que? Porque mandante não frequenta UPA, eles não sabem o que é, eles só entram lá pra inaugurar e colocar o nome na porta. VERGONHOSO.
A mulher que gritava: a mulher só expressou o que a maioria ali estava sentindo, todos queriam gritar, mas, ela teve coragem. Ainda sim, ela exagerou nos palavrões, pois, foram muitos.
Policia: o caso mais grave é o da policia, pois, pra mim 35 soldados pra vigiar um bandido é demais e minha conclusão é a seguinte: eles todos gostam de ficar é a toa mesmo, e por isso fingem que estão fazendo alguma coisa, mas, estão comendo e conversando. Enquanto isso, a população está desprotegida.
UPA: gostaria de fazer só uma observação, se o governo gastasse menos com estética e mais com qualidade as UPAS seriam melhores.
Depois de algum tempo de espera, recebi a noticia de que o caso da ‘’minha’’ paciente que ‘’não era tão grave’’ era grave sim. Tanto que foi transferida de “ambulância”, para o Hospital das Clinicas, mas isso é assunto para uma próxima publicação. Até...
NOITE LONGA.
Pabllo Cezar R. Maia
